Manso Neto: “Não é nada evidente que Sines seja a melhor forma de importar gás para a Europa” (com áudio)

João Manso Neto, CEO da Greenvolt, defendeu esta manhã, na conferência do 6.º aniversário do Jornal Económico, que “o caminho passa necessariamente pelas renováveis”, identificando, porém, o problema do cumprimento das metas.

“O que temos que nos interrogar é por que é que as renováveis crescem mas falham sistematicamente as metas”.

“Pensar no futuro é ótimo, mas acho que o desafio em termos genéricos é com a tecnologia disponível, com aquilo que existe, o que é que é possível fazer?, questionou.

A questão do porto de Sines mereceu especial atenção por parte do painel “Portugal, a Europa e a transição climática e energética”, durante o qual o executivo da Greenvolt afirmou que “a história de Sines tem de se ver do ponto de vista custo-benefício”.

“Não é nada evidente que Sines seja a melhor forma de importar gás para a Europa. Investir em Sines para aumentar gás para a Europa quando há um terminal em Espanha que nunca funcionou”, considerou.

“Se nos temos dúvidas sobre o gás a longo prazo, é assim tão evidente investir muitíssimo em tubos?”, questionou Manso Neto.

No que diz respeito à aposta nas energias renováveis como parte do plano de transição energética, Manso Neto identifica um problema fundamental: a questão do licenciamento e de ter projetos autorizados nesta área.

“As energias renováveis são baratas, em termos de custo, não obstante os custos de investimento. O problema é ter projetos aprovados. Quem os tiver ganha. Não é falta de dinheiro, mas licenciamento”, justificando com questões fundamentalmente ambientais.