Os trabalhadores despedidos que têm um antigo colega de trabalho numa empresa têm uma maior probabilidade de aí serem contratados, de acordo com uma nota publicada pelo Banco de Portugal, que se baseia no working paper ‘Coworker Networks and the Labor Market outcomes of displaced workers: Evidence from Portugal’.

“A evidência empírica internacional mostra que entre 30 a 50% das contratações são obtidas através de conexões pessoais. Estas conexões podem desempenhar um papel importante ao fornecer informação e facilitar o emparelhamento entre trabalhadores e empresas”, é refere a instituição em mais uma nota ‘Economia numa imagem’.

A razão para esta tendência prende-se, sobretudo, com a possibilidade de essas conexões – as relações estabelecidas com antigos colegas de trabalho – promoverem a partilha de informação sobre oportunidades de trabalho e/ou recomendar candidatos a emprego.

De acordo com o BdP, as estimativas indicam que os trabalhadores despedidos têm uma probabilidade aproximadamente três vezes superior de serem contratados por uma empresa onde pelo menos um antigo colega trabalha relativamente a outros trabalhadores despedidos pela mesma empresa mas que não têm esta ligação à nova empresa.

“Este efeito é mais acentuado quando se consideram conexões fortes, como os ex-colegas de trabalho que partilharam a mesma categoria profissional e que, por isso, são mais suscetíveis de terem interagido no local de trabalho”, é explicado na mesma nota.